quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Surrealismo

O olho pulou para fora da cavidade e rolou pelo chão. A mão esverdeada de dedos magros apanhou o globo de vidro negro de volta. O barulho do encaixe é quase eletrônico, mas clássico. Uma gota de líquido branco escorreu do lacrimal até a ponta do queixo pontudo. Limpou o canto da boca com a língua bifurcada, rapidamente. Três aranhas passeavam pelo seu crânio, coberto por alguns fios de cabelo prateado. Um pequeno verme se debatia tentando sair de um furo úmido de sangue localizado em sua nuca.
Suspenso por um fio de prata, o pêndulo balançava lentamente. Pra direita, pra esquerda, pra direita...
A beleza em sua real simplicidade. Eu poderia pintar um quadro.

0 comentários:

Postar um comentário