A menina, em prantos, corre para os braços de seu pai, que relaxava no conforto de uma lustrosa poltrona. Ao ser carregada, se desvencilha dos braços cansados e senta no colo da figura paternal, austera. Com uma voz agitada, esgana algumas palavras compreensíveis para um adulto:
- Papai, papai.... o céu existe?
O pai, fitando a menina com a maior serenidade possível, responde de maneira congruente: Sim. É só olhar para cima.
- E o vovô está nele?
Momento de silêncio. Aquele homem, de quarenta e poucos anos, com inúmeras marcas de expressões saltando pela face, esboça um sorriso - parco, mas ainda um sorriso - e inicia uma prosa:
A menina, que deveria ter uns seis a sete anos, mantinha uma semblante incerto a respeito do que ouviu. Logo que o pai acabou de falar, a pergunta rugiu por suas entranhas:
- Mas pai, o que isto tem a ver com o vovô?
- Absolutamente nada, minha filha.
.
.
.
.
.
.
Pois é. Nem um pouco difícil.
0 comentários:
Postar um comentário